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Centros participantes: tecnología educativa
O Agrupamento de Alhandra, Sobralinho e São João do Montes, recebe alunos pertencentes à união das freguesias de Alhandra, S. João dos Montes e Calhandriz e, ainda, da vila do Sobralinho, pertencente à união das freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho. Inclui 3 Jardins-de-infância, 5 Escolas do 1.º Ciclo e a Escola sede de 2.º e 3.º Ciclo, num total de cerca de 1300 alunos.
A escola sede, Escola Básica 2, 3 Soeiro Pereira Gomes, em funcionamento desde 1998, tem como patrono Joaquim Soeiro Pereira Gomes, nascido em Gestaçô, em 1909, que escreveu em Alhandra o seu único romance dado à estampa; fê-lo “para os filhos dos homens que nunca foram meninos”, a sua obra espelha os anseios de uma comunidade que pretende um futuro melhor para os seus filhos, estando desta forma intimamente relacionada com as aspirações e expetativas deste Agrupamento de escolas, que acredita num projeto de Escola construtora de futuros. “Construir o Futuro”, tema central do Projeto Educativo, não é apenas um tópico, assume-se como um efetivo plano de ação, centrado no conceito de uma escola que não seleciona, não exclui, antes tenta proporcionar a cada aluno as ferramentas necessárias para construir um futuro, que passe pela resposta aos seus anseios, de acordo com as expectativas e potencialidades manifestadas.
Neste projeto participa uma turma do 5.º ano de escolaridade, especificamente o 5.ºE, que integra alunos provenientes de diferentes países, nomeadamente, Brasil, Venezuela, Itália, Angola e Cabo Verde. A turma conta na totalidade com 16 alunos, em que uma das alunas integra uma Oficina de Competências do Centro de Apoio à Aprendizagem para alunos que beneficiam de medidas adicionais de apoio à inclusão, fazendo, por isso, sentido ter alargado esta participação aos restantes 9 alunos da Oficina de Competências que, até ao momento, nunca tinham estado envolvidos num projeto de robótica e impressão 3D.
Os alunos do 5.º E decidiram criar uma equipa, chamada Equipa Programadores RetoTech. Para perceberem melhor que problemas existiam na escola, decidiram pedir ajuda à comunidade escolar. Gravaram um vídeo de apresentação/divulgação e enviaram esse mesmo vídeo para todos os professores e funcionários do agrupamento de escolas. Nesse vídeo contextualizaram o projeto e solicitaram que lhes fossem apresentados problemas sentidos na escola, para que a equipa pudesse analisar e perceber se os conseguiam solucionar a partir da robótica ou da impressão 3D. A criação do texto e o envio do e-mail foi realizado, pelos alunos, nas aulas de Português. Posteriormente a leitura dos e-mails recebidos, a análise dos problemas e o envio das respostas foi sempre realizado, em contexto de sala de aula, nas aulas de Português, Cidadania, Matemática ou Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Como nem sempre era possível trabalhar no projeto durante as aulas e os alunos estavam muito empenhados em dar resposta aos problemas apresentados, decidiram começar a reunir-se numa hora livre que tinham no seu horário. Assim, três dos professores envolvidos conseguiram reestruturar o seu horário, de forma a poderem acompanhar os alunos nesse tempo e com a devida colaboração de todos os encarregados de educação, ficou definida a reunião semanal da equipa, às segundas-feiras, pelas 14:10.
Logo nos primeiros e-mails recebidos foram detetados 4 problemas na escola.
O Sr. Domingos, responsável pela portaria, escreveu à equipa a indicar que precisava de ajuda com o portão da escola. Perguntando à equipa se conseguia fazer com que o portão abrisse à distância, pois assim poderia estar mais atento às entradas dos alunos, sem ter de sair do seu lugar e até resolveria o problema dos dias de muita chuva, em que fica sempre molhado quando se desloca para abrir o portão. Os alunos responderam que podiam resolver e começaram a analisar a programação necessária e os constrangimentos que a abertura automática poderia trazer. Falaram pessoalmente com o Sr. Domingos, mostraram a programação dos robôs e explicaram que iriam utilizar sensores de distância, som, leds, interruptores e servos de 180º para resolver o problema e criar um sistema de abertura do portão à distância.
A Dona Clara, funcionária do bar dos alunos, explicou à equipa que foi colocada uma televisão nova na sala de alunos, mas que está afixada numa parede que não consegue ver do interior do bar e, que alguns alunos, sem autorização, mudam os canais e aumentam o som. Os alunos analisaram a situação e responderam que era possível resolver esta situação utilizando o sensor de distância, o led e o som do robô. Falaram com as funcionárias do bar e afixaram um dos robôs à televisão para exemplificarem o funcionamento, confirmando que resolvia o problema apresentado.
A Dona Carla, também funcionária do bar dos alunos, enviou um e-mail a explicar que os contentores do lixo, não têm pedal para abrir a tampa e que seria muito útil se a tampa dos contentores levantasse de forma automática para não terem de colocar o lixo no chão, para abrir as tampas. Os alunos analisaram o problema e responderam que podiam fazer um sistema automático utilizando sensores de distância ou um botão, os servos e som, para dar a indicação da abertura e fecho da tampa.
Vários professores apresentaram a dificuldade que sentem com as luzes das salas de aula. Como os interruptores estão longe da mesa do professor, sempre que precisam de ligar/desligar as luzes, têm de parar o que estão a fazer e deslocar-se até ao interruptor, que fica do outro lado da sala. Uma das professoras até referiu que às vezes basta passar uma nuvem e tapar o sol, para ter de ir ligar as luzes e, passado alguns minutos, ter de as desligar novamente. Os alunos responderam que era possível resolver este problema e criaram a programação necessária utilizando sensores de luminosidade, interruptores e leds. Demonstraram a resolução deste problema, no evento da escola “Escola ao Vivo”, mostrando a professores e alunos de outras turmas o funcionamento e a programação necessária.
A maqueta do projeto, que demonstra a solução para estes 4 problemas, foi realizada nas aulas de Educação Visual e nas horas livres dos alunos, sempre com a colaboração dos Encarregados de Educação que autorizaram a permanência dos alunos na escola. Para a consecução da maqueta, tendo em atenção a sustentabilidade ambiental, os alunos procuraram reutilizar materiais utilizando, por exemplo, caixas de: ovos, cereais, café, papas, bolachas… A equipa contou ainda com a ajuda dos alunos da Oficina de Competências que ajudaram na pintura do edifício da maqueta.
Mas o trabalho da equipa não acaba aqui... ainda existem e-mails com problemas para resolver!
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